Os profissionais, o mercado e os líderes estão preparados para lidar com a ‘economia prateada’?

Por Adriana Vasconcelos
Exclusivo para o site
Os profissionais, o mercado e os líderes estão preparados para lidar com a ‘economia prateada’?

Dados recentes da Divisão de População da ONU (revisados em 2024) nos alertam para uma transformação demográfica incontornável: nas próximas duas décadas, a população 50+ concentrará a maioria dos brasileiros.

Essa projeção impõe uma reflexão crucial, especialmente em setores como o da comunicação, onde a discussão sobre a longevidade no mercado ainda caminha a passos lentos. Embora o valor da experiência seja inegável e insubstituível, muitas vezes presenciamos uma tendência de substituição de talentos mais experientes por profissionais mais jovens. Fatores como a questão de custos e o avanço acelerado da tecnologia, em especial da Inteligência Artificial, contribuem para essa dinâmica.

Contudo, antes mesmo que o mercado ou os líderes de um país se adaptem, os profissionais 50+ já enfrentam os desafios diários desse envelhecimento, seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. Além do etarismo, muitas vezes disfarçado, no ambiente corporativo, há as complexas demandas pessoais: o cuidado com pais idosos ou outros familiares, um papel que muitos assumem após os filhos crescidos alcançarem a autonomia.

Estamos, de fato, vivendo mais. E essa é uma realidade que não pode ser ignorada. Como bem pontuou o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves em artigo anterior, a ‘economia prateada’ está emergindo e trará consigo um novo repertório de atividades econômicas. Isso significa novas demandas de consumo, produção e prestação de serviços inteiramente voltadas para essa parcela crescente da população.

A pergunta permanece: estamos realmente prontos para essa mudança? Como podemos, enquanto profissionais e empresas, não apenas nos adaptar, mas prosperar nesse novo cenário, valorizando a experiência e criando oportunidades para todas as gerações?