Hoje é dia de luta!
por Adriana Vasconcelos
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Dia 8 de março, Dia internacional das Mulheres! Dia de luta!
Longe de cobiçarem os vistosos buquês de flores, como os oferecidos pelo presidente russo, Wladimir Puntin, no último sábado, a 16 sorridentes comissárias de bordo da empresa aérea Aeroflo (parada por causa das sanções ocidentais a Rússia), as mulheres brasileiras se organizaram para garantir novas conquistas nesta semana de homenagens à mulher.
Quais conquistas?
A senadora Eliziane Gama, por exemplo, aproveitará esse 8 de março para cobrar do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a inclusão na pauta do Congresso Nacional o veto de Jair Bolsonaro ao projeto que trata da pobreza menstrual.
Depois do que aconteceu na CPI da Covid em 2021, quando as mulheres brilharam na investigação mesmo sem ter uma única vaga de titular ou suplente, a senadora Eliziane vai propor também a aprovação, esta semana, de um Projeto de Resolução que assegure a participação de pelo menos 2 representantes Bancada Feminina nas Comissões Permanentes e Temporárias do Senado.
Enquanto isso, outras mulheres se mobilizam no país para conscientizar a sociedade sobre a importância da participação feminina no debate e construção de políticas públicas do país: incentivando a população feminina do país a buscar seu lugar na cena política e compartilhando suas experiências na ocupação de espaços de poder.
Inspirando outras mulheres
Foi o que a prefeita de São José dos Pinhais (PR), Nina Singer, fez na segunda-feira à noite durante uma ‘live’ promovida pela Secretaria Nacional das Mulheres do Cidadania (M23), da qual tive a honra de participar como apresentadora.
Primeira mulher a ser eleita para o cargo, Nina venceu 7 outros candidatos em 2020, todos homens. A despeito da vitória, ela fez questão de exibir em vídeo as mensagens de desconfiança que recebeu no início de sua campanha, através das redes sociais, que questionavam sua capacidade para disputar o cargo e duvidavam da sua eleição.
Depois de eleita, contou sobre outras experiências inusitadas, como a de ser a única mulher em uma reunião com 33 outros prefeitos de seu estado. Hoje, já colhe resultados do seu trabalho, que colocou São José dos Pinhais entre uma das 100 melhores cidades brasileiras para se fazer negócio no Brasil, de acordo com pesquisa da revista Exame.
O que dizer então da obstinação de mulheres que se viram nos 30 e exercem múltiplos papeis na sociedade, como Raquel Dias, uma das 3 coordenadoras do M23, que ao perceber que não chegaria em casa a tempo de participar da 'live' das Mulheres do Cidadania, decidiu parar em um posto de combustível, na volta do trabalho, para participar de mais uma mobilização de luta de seu partido em favor da ampliação do espaço feminino na política.
Elas são muitas e estão espalhadas pelo Brasil!
A maioria delas segue anônima, mas atuante e disposta a mudar a sociedade em que vivem, independentemente do cargo que ocupem formalmente. São guerreiras que inspiram seus pares à não desistir da luta, a despeito das dificuldades enfrentadas desde que nasceram.
Por enquanto, nós, mulheres, preferimos deixar as comemorações para quando não precisarmos mais de um Dia Internacional para que o mundo lembre do nosso valor!