Manifesto pela esperança de dias melhores: Simone Tebet e Mara Gabrilli

por Adriana Vasconcelos

em

Compartilhe:

Diante da profusão de manifestos lançados nos últimos dias, o primeiro, inclusive, com a minha assinatura, eu me perguntei se não era hora de apresentar o meu também, recorrendo ao antigo dito popular que diz: a esperança é sempre a última que morre! Ainda que a realidade _ não só a brasileira, mas a mundial_ ande sufocando essa resiliente esperança, que insiste em sobreviver.

Mas uma pergunta não quer calar: Será que mesmo diante de um cenário eleitoral nacional aparentemente cristalizado e prognósticos futuros nada animadores, ainda sobra espaço para sonharmos com dias melhores? Ou estaremos nós fadados a escolher entre o “menos pior” até o fim dos nossos dias?

Confesso que andei pensando em enterrar minha esperança antes mesmo de seu suspiro final. O desânimo com os rumos do Brasil, porém, também me levaram a refletir sobre as últimas 3 décadas da política nacional, que pude acompanhar de perto como jornalista e consultora em Comunicação. E assim, vieram à minha mente diversas passagens que comprovam, na prática, que ninguém tem o controle absoluto do que está por vir.

Foram os caminhos tortuosos da vida e do imponderável, por exemplo, que levaram José Sarney de vice a presidente da República em 1985, com a desafiadora missão de garantir a redemocratização do Brasil depois de 20 anos de ditadura, com um país em luto pela inesperada morte de Tancredo Neves.

Já o impeachment do primeiro presidente da República eleito pelo voto popular depois do regime militar, não foi fruto do destino, mas da corrupção mesmo e da vontade popular de mudar.

Os jovens caras pintadas, com sua rebeldia e criatividade, inspiraram os milhares brasileiros a saírem às ruas para retomar o controle de seus próprios destinos e garantir que a Constituição Cidadã, como foi batizada por Ulysses Guimarães, fosse honrada, garantindo a posse de outro vice, Itamar Franco.

De lá para cá, os brasileiros se mobilizaram novamente em diferentes circunstâncias, dentro e fora do calendário eleitoral, garantindo, pelo voto ou nas ruas, outras mudanças de rumo do país.

Mas um dado se consolidou a até agora não foi capaz de produzir resultados práticos: a maioria do eleitorado nacional, formado por mulheres, ainda não foi capaz de se unir para fazer valer sua voz, suas expectativas e sonhos idealizados para o futuro.

Como parte dessa maioria, aproveito a oportunidade para compartilhar aqui a minha última esperança: de que ainda é possível reunificarmos o país. Afinal de contas, os brasileiros, concordando ou não uns com os outros, ainda seguem no mesmo barco e arcarão, todos juntos, com os efeitos de nossos próprios votos.

Pesquisas sempre serviram de termômetro para balizar cenários futuros em anos eleitorais, mas o acaso, com uma certa frequência, costuma nos surpreender.

Em 2014, a queda de um avião sacudiu as eleições presidenciais daquele ano e, 4 anos depois, uma facada foi determinante para o resultado das eleições de 2018.

A disputa presidencial de 2022 ainda está em curso e a vida segue sendo movimento, mudança e alternância.

Assim, renovo neste momento minha esperança de dias melhores com uma chapa presidencial 100% feminina, formada pelas senadoras Simone Tebet (MDB-MS) e Mara Gabrilli (PSDB-SP).

Mais do que mulheres, cuja liderança normalmente se caracteriza pela empatia e jogo de cintura para lidar com situações de crise como as que nos atingem, essa dupla nunca desistiu, mesmo diante dos maiores obstáculos, de lutar por suas bandeiras ou fez concessões éticas por conveniências ideológicas.

Juntas, nós, mulheres, ainda temos tempo e votos para garantir um futuro melhor para todos os brasileiros, sem exceção!