‘Quero Você Eleita’ promove evento gratuito para fortalecer candidaturas femininas nas eleições de 2022
por Adriana Vasconcelos
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Para mudar a realidade política brasileira, na qual as mulheres seguem sendo minoria, a ‘Quero Você Eleita’ _ uma ‘startup’ de impacto social que funciona como um Laboratório de Inovação Política e atua para impulsionar candidaturas e mandatos femininos desde 2020 _ decidiu reunir especialistas de diversas áreas com o objetivo de fortalecer a candidatura de mulheres nas eleições deste ano.
Em um evento suprapartidário gratuito, marcada para o próximo dia 12 de agosto em Brasília, a ‘Quero Você Eleita’ planeja promover rodas de conversas temática, envolvendo especialistas de referência em campanhas eleitorais e comunicação política, lideranças femininas, parlamentares, convidadas e equipes de colaboradoras.
A convite da idealizadora desse evento, a advogada, cientista política e cofundadora da ‘Quero Você Eleita’, Gabriela Rollemberg, eu e a minha empresa AV Comunicação Estratégica nos juntamos à esse esforço para assegurar que as mulheres sigam conquistando seu espaço em um universo ainda dominado pelos homens, como a política.
A despeito de todas as dificuldades enfrentadas por lideranças femininas que aceitaram o desafio de ingressar na vida pública, essas mulheres têm demonstrando resiliência e, pouco a pouco, vêm conquistando seu lugar nos espaços de Poder.
Apesar do ano eleitoral atípico, cheio de vais e vens de candidatos que não conseguiram sequer ameaçar a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, pela primeira vez desde a redemocratização, o Brasil terá 4 mulheres disputando a Presidência da República: as senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), a socióloga Vera Lúcia (PSTU) e a professora Sofia Manzano (PCB).
Pode parecer pouco, ainda mais se levarmos em conta o desempenho dessas candidatas nas pesquisas de opinião, mas o fato é que, nos últimos 35 anos, só 8 mulheres haviam concorrido ao cargo e a única que venceu foi Dilma Rousseff (PT), que chegou a ser reeleita, mas não terminou seu segundo mandato após sofrer impeachment.
Em 2018, essas mulheres já haviam marcado um outro recorde. Depois de garantirem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acesso a 30% dos recursos do Fundo Eleitoral, elas ampliaram sua presença na Câmara dos Deputados e elegeram a maior bancada feminina da história: com 77 deputadas. Mesmo assim, ainda ocupam apenas 15% das cadeiras da Casa.
Embora os partidos políticos insistam em continuar tratando as lideranças femininas como coadjuvantes, elas não perdem nenhuma oportunidade que lhes são oferecidas. Se necessário, até dando caneladas e se impondo como protagonistas.
Foi o caso, por exemplo, da deputada Marília Arraes, que trocou o PT pelo Solidariedade para garantir a vaga de candidata ao governo de Pernambuco e está liderando a disputa no espaço.
Aliás, como bem pontuou recentemente a ex-deputada estadual Teresinha Nunes, Pernambuco tornou-se um palco importante para a luta feminina na política. Além de 2 candidatas competitivas ao governo do estado, 2 outras se apresentaram para a disputa ao Senado e 4 concorrem como candidatas a vice-governadora.
Uma verdadeira revolução, se levarmos em conta que Pernambuco nunca teve uma mulher prefeita da capital, governadora ou senadora. A primeira vice-governadora mulher foi eleita em 2018, a deputada Luciana Santos (PCdoB), como vice de Paulo Câmara (PSB).
Por mais longo que seja o caminho pela frente, o certo é que elas seguirão firmes para evitar retrocessos e unidas para garantir mais avanços. Contem comigo nesta luta!