Como eu montei uma rede de comunicação nacional em 5 passos?

por Adriana Vasconcelos

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Como coordenadora de Comunicação da Executiva Nacional do PSDB, entre 2012 e 2018, eu recebi a missão de organizar uma rede de comunicação nacional para o partido.

Confesso que quando aceitei o convite, meu objetivo principal era trabalhar dentro de uma campanha presidencial.

Depois de acompanhar 5 eleições presidenciais como repórter, eu queria conhecer a engrenagem da campanha por dentro.

Mas para isso, meu 1º passo foi fazer um diagnóstico sobre a estrutura que o partido já dispunha e vinha sendo duramente criticada, na medida em que as divergências dos dirigentes tucanos quase sempre ganhavam mais destaque no noticiário do que suas convergências.

Ao mapear todas as estruturas de Comunicação que de alguma forma já atendiam ao partido, percebi que as equipes de assessoria ligadas ao PSDB simplesmente não se conectavam entre si.

Ou seja, o partido não conseguia nem se comunicar internamente, como poderia fazer sua mensagem chegar ao eleitor?

Descobri que em pelo menos 16 estados, o PSDB não tinha qualquer estrutura para dar divulgação às ações da direção nacional, embora em alguns deles o governo estadual e a prefeitura da capital fossem administrados por um representante do partido.

Assim sendo, meu 2º passo foi entregar a cada um desses diretórios estaduais um site pronto e perfis criados nas principais redes sociais, para garantir capilaridade às informações divulgadas pela direção nacional do partido.

O 3º passo foi promover uma reunião como as assessorias de todos os parlamentares do partido no Congresso Nacional, incluindo as equipes das lideranças. O que já significou um reforço grande na estrutura de Comunicação da Executiva Nacional, até então desconectado.

Na sequência, meu 4º passo foi construir um canal de comunicação direto com as assessorias dos 7 governadores e dos 5 prefeitos de capital do partido. E assim, ajudar a dar visibilidade nacional a feitos de tucanos nos mais diferentes estados do país.

Por fim, o 5º passo foi organizar uma estrutura mínima de Comunicação para cada um dos segmentos do PSDB, no caso Mulheres, Juventude, Negros, Sindicalistas e Diversidade, que em contrapartida nos ajudariam a divulgar os posicionamentos e bandeiras do partido.

Assim saímos de uma estrutura isolada em Brasília, para uma ampla rede de comunicação nacional, capaz de chegar aos 27 estados e aos principais municípios brasileiros.

Na política, porém, é preciso mais do que uma rede de comunicação nacional para se ganhar o coração e mente dos eleitores. Mas esse é assunto para outro artigo.