Por que as jornalistas mulheres viraram o alvo preferencial de ataques?

por Adriana Vasconcelos

em

Compartilhe:

Esse foi um dos assuntos que abordamos no ‘poadcast’ da Imagine Brasil, realizado com o apoio da Fundação Dom Cabral, em que eu, jornalista e consultora em Comunicação Estratégica há 34 anos, e Ellen Nogueira, diretora de jornalismo da CNN Brasil, fomos convidadas a participar.

Confira aqui o resultado final do poadcast: https://open.spotify.com/episode/1p2tLZYybItHs3g66moILL

De acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em 2021, foram registrados no país 119 ataques a jornalistas mulheres. Uma média de 1 a cada 3 dias.

Entre as jornalistas mais atacadas estão a apresentadora da CNN Brasil Daniela Lima, a repórter Patrícia Campos Melo da Folha de São Paulo, a colunista do UOL Juliana Dal Piva, a apresentadora do Roda Viva e colunista do Globo Vera Magalhães, entre outras.

A cara da nova mulher

Isso porque elas dão cara a uma nova mulher na sociedade brasileira, que é bem informada, não baixa a cabeça quando ouve grito e não teme questionar o que está errado.

Elas vieram para ficar e têm feito toda a diferença quando expõem os ataques dos quais são vítimas. Isso porque acabam mobilizando um número cada vez maior de brasileiros conscientes e dispostos a reagir aos ataques agressivos e violentos de gênero.

Engana-se quem acha que as mulheres são alvos mais fáceis de serem derrubados! Esquece que elas são forjadas, desde que nascem, para lidar com o preconceito e a discriminação simplesmente por causa de seu gênero. Não leva em conta os desafios que enfrentaram para chegar aonde chegaram: no topo do noticiário brasileiro.

Um novo olhar

Graças a elas, temos um novo olhar sobre a realidade, que nos mostra com mais clareza as cores da desigualdade de gênero, desmascara as mazelas de uma sociedade que está, lentamente, mudando.

Em tempos em que a defesa da democracia entrou novamente para a pauta do dia a dia dos brasileiros, ouso lembrar que democracia sem a participação e o respeito à maioria da população, é uma democracia capenga.

As mulheres representam hoje 53% dos brasileiros. Lembrem-se disso!